
O que fazer para ajudar na adaptação escolar de crianças com autismo?
Família e escola precisam atuar lado a lado para garantir uma experiência positiva aos estudantes, diz psicólogo especialista em Transtorno do Espectro Autista
Adaptar-se a algo não é uma tarefa fácil. Quando falamos de criança, isso se torna um desafio ainda maior, já que eles são menos acostumados a mudanças. No ambiente escolar, essa adaptação precisa ser feita de uma forma ainda mais confortável, unindo família e escola, na intenção de criar uma experiência positiva para o aluno. Por isso, entender as particularidades de cada um se torna ainda mais importante, atendendo as necessidades específicas e proporcionando um espaço que tenha o objetivo de desenvolver suas habilidades.
O psicólogo Fábio Coelho, especialista em Transtorno do Espectro Autista e sócio-diretor da Academia do Autismo, explica que não há uma fórmula universal para a adaptação, mas há caminhos que podem facilitar esse processo de maneira humanizada e respeitosa. “Cada criança com autismo é única, e essa singularidade deve ser levada em consideração no processo de adaptação escolar. O que funciona para uma pode não funcionar para outra, por isso o diálogo entre família e escola é tão importante”, diz.
O ambiente escolar pode ser um espaço de aprendizagem e acolhimento, mas também de desafios: sons, cheiros, interações sociais e novas rotinas podem ser estímulos intensos para crianças autistas. “A preparação é essencial. Por isso, tanto a família quanto a escola precisam alinhar estratégias e garantir que a criança tenha um suporte adequado para enfrentar essas mudanças”, alerta o psicólogo.
O papel dos pais:
- Acompanhar o progresso e oferecer suporte emocional contínuo durante todo o processo de adaptação;
- Reforçar a rotina escolar em casa, utilizando ferramentas visuais ou conversas para ajudar na adaptação e reduzir a ansiedade;
- Manter um diálogo constante com a escola, compartilhando informações sobre as preferências, dificuldades e necessidades da criança.
O papel das escolas:
- Capacitar os professores e a equipe pedagógica sobre o Transtorno do Espectro Autista e práticas inclusivas, além de adaptar o currículo e matérias didáticos às necessidades da criança;
- Criar espaços sensoriais tranquilos e proporcionar momentos de regulação emocional para os alunos;
- Promover a inclusão, implementando ações de conscientização sobre o autismo para toda a comunidade escolar.
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